sábado, 28 de junho de 2008

Completam-se

E ela deixou de ser feita de palavras. Contudo, ainda possuía uma réstia de letras lá pelo meio. Agora, era feita de matéria amada, regia-se pelo sensível, traduzia-se na física através do absoluto da metafísica. Sentia-se mais feliz do que a felicidade inimaginável.
Caminhavam na areia macia da madrugada, como se pisassem com o maior dos cuidados as estrelas do céu. E assim viam nascer a aurora, na fímbria da despedida, sem se quererem libertar, prometendo que um dia mandavam tudo ao ar e não se iam embora! (Porque tenho que ir é pior do que está quase).
Ela, na sua Sabedoria organizada de santa, com uma distância de segurança do arriscar que ele tanto prezava e que em certa medida a irritava. Só queria um pouco da sua Loucura irresponsável e inteligente (ela adorava-a), da aventura e independência que não tinha a coragem de procurar.
“Completam-se” – diziam outros – “e têm tanto em comum”. Criavam sabores, achavam sentidos e tocavam emoções. Davam tanto e tanto ficava para dar.
O Amor só se define com um “Porque sim!” e assim é que é mágico (ou feérico), são eles que o descobrem à sua maneira.

E à medida que o amava mais e mais, também ela lhe roubava as filosofias.