sábado, 28 de junho de 2008

Completam-se

E ela deixou de ser feita de palavras. Contudo, ainda possuía uma réstia de letras lá pelo meio. Agora, era feita de matéria amada, regia-se pelo sensível, traduzia-se na física através do absoluto da metafísica. Sentia-se mais feliz do que a felicidade inimaginável.
Caminhavam na areia macia da madrugada, como se pisassem com o maior dos cuidados as estrelas do céu. E assim viam nascer a aurora, na fímbria da despedida, sem se quererem libertar, prometendo que um dia mandavam tudo ao ar e não se iam embora! (Porque tenho que ir é pior do que está quase).
Ela, na sua Sabedoria organizada de santa, com uma distância de segurança do arriscar que ele tanto prezava e que em certa medida a irritava. Só queria um pouco da sua Loucura irresponsável e inteligente (ela adorava-a), da aventura e independência que não tinha a coragem de procurar.
“Completam-se” – diziam outros – “e têm tanto em comum”. Criavam sabores, achavam sentidos e tocavam emoções. Davam tanto e tanto ficava para dar.
O Amor só se define com um “Porque sim!” e assim é que é mágico (ou feérico), são eles que o descobrem à sua maneira.

E à medida que o amava mais e mais, também ela lhe roubava as filosofias.

3 comentários:

Benjamim Natura disse...

Fora de tanga, o Loucuro (obviamente que é masculino) acabou de ver "Cidade dos Anjos" e pensou em tudo isto antes de ir à internet de merda mais todas as palavras sem sentimentos, porque o que dá sentimentos às letras é o facto de as dizermos, da sua música, da sua imagem, do seu "sentido".
Porque é que ninguém entende que sentido vem de sentir? e que sentir é sensitivo porque nos vem ao corpo e, assim, automaticamente, à cabeça (que, tcharan, é corpo também!)?
Está-nos na pele, nos beijos,
enfim a nossa liberdade ilimitada advém da nossa capacidade de sentir com a cabeça, de sentir conscientemente!
E digo mais, Deus é sensitivo, isto é, Amor é sensitivo, e por isso a coisa mais platónica do mundo, porque quanto mais sensitivo mais racional! O mundo das ideias e o mundo das sensações são a mesma merda, e raios partam o Platão e o São Tomás, mais o Henrique e a outra que já não me lembro do nome!

E penso-te tanto
E amo-te tanto
E pensamo-te tanto,

deixemo-nos de merdas,
SENTIDO-TE TANTO

e não está quase
e não tenho que ir,
está tudo!
Está quase e não está quase
e tenho que ir e não tenho que ir
E mais tudo fora disso,
porque esta merda é um absurdo, já dizia o Anti-Cristo e o Estrangeiro, se isto não for assim!

"Foda-se, ó Mário, não digas asneiras, caralho!" (mais tipo oito vezes em tres frases)

E pa acabar, um poemazito, que no fundo fala disto tudo e de muito mais:

"Chá Das Cinco

Para ler
Como quem molha biscoitos
Ou como que come biscoitos
Molhados em t."

Benjamim Natura disse...

http://benjamimfilosofo.blogspot.com/

já agora, o meu novo blogue, FILOSOFAR. espalha a palavra

Homem das Taças disse...

pois é, minha caríssima Sofia! Viva os connects! Agora, só falta um capítulo desta excitante, mirabolante, desvairada história! Menina bonita não paga, mas também não anda! XD