sexta-feira, 27 de abril de 2007

Merda

Nem a loucura do amor, da maconha, do pó, do tabaco e do álcool
Vale a loucura do ator quando abre-se em flor sobre as luzes no palco
Bastidores, camarins, coxias e cortinas
São outras tantas pupilas, pálpebras e retinas
Nem uma doce oração, nem sermão, nem comício à direita ou à esquerda
Fala mais ao coração do que a voz de um colega que sussurra "merda"
Noite de estréia, tensão, medo, deslumbramento, feitiço e magia
Tudo é uma grande explosão mas parece que não quando é o segundo dia
Já se disse não foi uma vez, nem três, nem quatro
Não há gente como a gente, gente de teatro
Gente que sabe fazer a beleza vencer pra além se toda perda
Gente que pôde inverter para sempre o sentido da palavra "merda"
Merda! Merda pra você!
Desejo merda
Merda pra você também
Diga merda e tudo bem
Merda toda noite e sempre a merda


Caetano Veloso

3 comentários:

Anónimo disse...

So merece q diga uma palavra:

FABULOSO

Anónimo disse...

LINDO! :D AMEI
E TU?QUANDO É QUE VENS DESEJAR MERDA AO PESSOAL?

SAUDADES TUAS MUITO GRANDES!

*

Anónimo disse...

Aqui, onde me encontras, não sou ninguém. Sou mais uma pessoa igual a tantas outras. Passo na rua...e ninguém me conhece.
E eu pergunto: ISTO QUE É VIVER?
Não, não é.
É no palco que a gente se faz gente.
Não sou de sítio nenhum, sou de todo o lado. E se um dia me mandarem encontrar uma casa para viver, é fácil adivinharem para onde vou.
O palco é o único sítio onde estou em casa.

***

Pronto, depois deste desabafo, posso dizer-te que te adoro. Adoro mesmo, não é brincadeirinha!
;P

És uma querida, a sério!

Um beijo*