domingo, 8 de abril de 2007

Tua


Mal esse amanhecer sabia que o tão esperado dia tinha chegado. Veio de mansinho e nublado, espreitando à sucapa e, esperando um amor maior que eu. Sim, porque ele havia chegado. Chegado e destruído tudo de sólido que existia em mim, mas que iria renascer o meu espírito de alma perdida. Levando a minha energia para um lugar distante. E trazendo de volta o meu eu escondido, o meu eu amante, audaz e sonhador.Tinha violado a minha alma do modo mais delicado e perfeito que já houvera. Fez com que deixasse de gostar da minha vida e passasse a venerar a dele. Decorei o seu andar, o seu sorriso, a forma de como está ausente, o seu mundo! Apenas para o ter.A minha cruel e triste fortuna não o deixou. Perdi-o nas minha mãos, tal como a areia nos escapa entre os dedos. Fiz com que os meus sentimentos saissem do mais profundo escuro e chegassem a todo o universo, para que ele me desse uma chance, mas em vão. O egocêntrismo e a exigência apoderaram-se do seu corpo e mente. Não lhe deixavam um pouco de compaixão por mim. Sei que não respondeu por ele, aliás, ainda não respondeu, fico à espera do tal sim deslumbrante para toda a eternidade.


10/2005



*Agora já não faz sentido, mas continua a ser uma recordação*

1 comentário:

Anónimo disse...

ai esse texto, esse texto....
gosto de ti*