quinta-feira, 22 de maio de 2008

Rumo

Via-o partir, levado pelo metro, e ficava para trás com ânsia de mais. Era tudo tão rápido, mas tão profundo.
Depois ia embora, num vaguear apressado, trauteando musiquinhas com ritmos duvidosos (isto do Amor começara a torná-la pirosa, indo contra tudo o que pensava de si) e apercebia-se que percebera porque razão ele não gosta de chocolate.
Ao mergulhar naquele brilhozinho nos olhos via de que estes eram feitos; e deduziu, como se contasse um história, que ele já não precisava de mais, afinal já tinha a dose certa. E o sorriso... quando lhe sorria com ar de parvo dava vontade de lhe arrancar um pedaço de barba e levá-la para casa.
Eram aqueles minutos, por mais pequenos que fossem, que lhe faziam imaginar viagens sem rumo ("rumorumorumo") de mochila às costas, aldrabões destemidos e conversas com colheradas de gelado de caramelo com caramelo. Sonhos embalados por um gorro verde.

1 comentário:

Benjamim Natura disse...

E ele, tímido,
chegou-se a ela e cantou:
"Era a minnie, era a minnie
uma minnie apareceu
E o clangor d'interno tédio
Esmoreceu",
E, com a nova corda, feita de carne e osso de minnie, ao pescoço,
Sem palavras, como de costume,
Beijou-a como agradecendo essas paredes de caramelo com caramelo que existem sobre eles